quarta-feira, 6 de junho de 2012

Igreja matriz de Aldoar

Igreja matriz ou “igreja nova”
Foto 2012

No dia 3 de Dezembro de 1972, foi benzida a primeira pedra da nova igreja porque o povo cristão de Aldoar ansiava há já muitos anos. Era então pároco o Dr. Caetano Pacheco de Andrade e a cerimónia foi presidida pelo Bispo D. António Ferreira Gomes. O projecto, correspondente aos novos tempos da arquitectura religiosa, era do arquitecto Alfredo Moreira da Silva. O entusiasmo e o esforço de muita gente, que não pode ser esquecida, permitiram que a construção avançasse rapidamente. No entanto, concluída praticamente a primeira fase "tinha passado pouco mais de um ano", tudo parou. Ficaram erguidas as paredes de betão e tijoleira, e ainda o corredor de acesso lateral. A obra feita foi-se degradando a um ritmo chocante.
Em Março de 1985, o novo pároco, P. Lino Maia, acabado de chegar a Aldoar, reúne, no velho salão, contíguo à igreja de então, as forças vivas da paróquia, e desse encontro histórico saiu a decisão de retomar “rapidamente e em força” o projecto de construção da nova igreja. Nem os mais optimistas acreditavam, no entanto, que seria possível realizar o sonho de a ver inaugurada a 27 de Março de 1988. Mas foi exactamente isso que aconteceu, em ambiente inesquecível de festa e emoção, sob a presidência do bispo, D. Júlio Tavares Rebimbas.
A “igreja nova” como o povo começou a chamar-lhe, tem a forma de uma grande tenda e abrange uma área total de 1.200 metros quadrados. A nave tem capacidade para cerca de 1000 pessoas, 560 das quais sentadas.
Não obstante a austeridade do projecto, a igreja, que assumiu o título de matriz, apresenta algumas obras de arte que vale a pena admirar. Chamamos a atenção particularmente para duas. Referimo-nos, até por ser a primeira com que o visitante se depara quando entra na nave da igreja, o baixo relevo, de dimensões significativas, que representa o episódio mais conhecido, lendário ou não, da vida de S. Martinho. Foi quando este, ainda soldado romano, dividiu a sua capa com um mendigo cheio de frio. O autor deste baixo relevo foi o escultor Gustavo Bastos, que exerceu o seu magistério de professor na Escola Superior de Bela Artes, no Porto. A segunda obra, digna de admiração, é uma escultura de Nossa Senhora, Mãe de Deus, da autoria de Irene Vilar. Foi Fernando Lage que consagrou no bronze a imagem de uma Mãe de Deus, que paira sobre as nuvens, e que apresenta um rosto maravilhosamente juvenil. Trata-se, certamente, de uma das obras mais expressivas da saudosa artista e mulher de fé.
(Texto retirado do antigo site da paroquia de Aldoar)

Foto 2012
Recentemente foi construído um oratório no jardim frente à torre sineira com a imagem de Nossa Senhora de Fátima, com o propósito de realizar-se a consagração pública da Cidade do Porto ao Imaculado Coração de Maria na igreja de São Martinho de Aldoar. A cerimónia e bênção que foi presidida pelo administrador apostólico da Diocese, D. Pio Alves, realizou-se no dia 30 Novembro de 2013. 
Foto 2014
 Simbolismo do Monumento
No monumento dedicado ao Imaculado Coração de Maria, encontramos elementos do antigo Testamento (as quatro águas do telhado), do novo Testamento (as quatro colunas), da mensagem de Fátima (o terço, os cinco pilares e o imaculado Coração de Maria) e por fim da Doutrina da Igreja (os três degraus e os vidros).

Degraus:
Primeiro degrau - Representa o 1º grau da vida Espiritual, a saber, isenção do pecado grave, em que só existe a graça actual.
Segundo degrau - Representa o 2º grau da vida Espiritual, desapego da falta venial. Ou seja, que quando se cair em falta seja por fraqueza e não por malícia, dado que já existe a graça santificante.
Terceiro degrau - É o degrau superior, já junto à base do Monumento, é o mais difícil e significa desapego das coisas do Mundo, isto é, servir-se das coisas como meio, e não como fim. Uma vez subidos os anteriores, rezando e conservando-se na presença de Deus, pela acção da graça santificante, o Senhor e Sua Santíssima Mãe não deixarão de ajudar.

Colunas (onde se prendem os vidros):
São quatro as colunas e representam os quatro Evangelistas.

Vidros:
Estes representam a transparência que a nossa vida deve ter.

Telhado:
Formado por quatro águas que representam os quatro rios do Paraíso, como nos fala o Génesis, capítulo 2, vs.11-14.

Nossa Senhora:
Dentro do monumento está a imagem de Nossa Senhora, ponte entre o Velho e o Novo Testamento, pois nascendo no tempo do Velho Testamento passa para o novo Testamento com a vinda de Jesus. Assim é ponte e, ao mesmo tempo, nossa Mãe e intercessora, por ser a Mãe de Deus. Nossa Senhora continua a ser a ponte, porque pelo seu "fiat" trouxe Aquele que nos havia de remir da falta dos nossos primeiros pais.

Pilares:
Em volta do monumento temos cinco pilares que representam a devoção reparadora dos Cinco Primeiros Sábados. (esta devoção foi pedida por Jesus à Irmã Lúcia, em Espanha, para desagravar o Coração Imaculado de Maria, das cinco principais blasfémias contra o Seu Imaculado Coração).

Terço: 
Apoiado nos pilares, encontra-se o terço, que pelas suas dimensões se pode ver bem. Ali está para lembrar que Nossa Senhora, em Fátima, em 1917, nas seis aparições, pediu que se rezasse o terço todos os dias.

A imagem de Nossa Senhora é a do Imaculado Coração de Maria mostrada, em Fátima aos Pastorinhos, na aparição de 13 de Junho de 1917. Nossa Senhora diz aos Pastorinhos que Jesus "quer implantar no mundo a devoção ao Seu Imaculado Coração". 

Fonte: Grupo da imaculada
*A palavra “fiat”, que é do latim, significa “faça-se”.