domingo, 16 de abril de 2017

Alminhas e Cruzeiros

As alminhas e os cruzeiros andam muitas vezes associadas.
As cruzes simples ou ostentando a imagem de Cristo, podem invocar a protecção para o viajante, ora celebram determinado acontecimento, ou simbolizam o calvário (via-sacra).
As alminhas localizadas habitualmente à beira de caminhos rurais e em encruzilhadas, são representações populares das almas do Purgatório que suplicam rezas e esmolas. Frequentemente surgem em pequenas capelinhas, padrões, nichos independentes ou incrustados nos muros ou em cantos de igrejas, painéis de azulejo ou noutras estruturas independentes.

"No cristianismo primitivo só havia Céu e Inferno, a ideia do Purgatório só surgiu na Idade Média, quando a Igreja, na sequência do Concílio de Trento de 1563, o impõe como dogma, numa lógica de resposta católica à Reforma levada a cabo pelos protestantes. Passava assim a haver um estado intermédio para as almas das pessoas que faleciam. E em vez do dualismo do Céu, para os bons, e do Inferno, para os impuros, criou-se um estado intermédio, um local onde durante algum tempo as almas ficariam a purificar"

Na região do Porto há alminhas dispersas por vários caminhos implorando aos vivos que se lembrem delas. Em Aldoar existe pelo menos cinco que são amiúde ornamentadas por zelosas devotas com flores e lamparinas.
Hoje em dia são muito poucas, as pessoas que param para acender uma vela ou para fazer uma oração. Está tudo muito diferente se compararmos com o século passado (XX), recordo que na minha juventude, era comum ver as pessoas mais idosas ao passar junto às alminhas, pararem, curvar-se e tirarem a boina ou chapéu em respeito, fazer o sinal da cruz, rezar o Pai Nosso e uma Avé Maria, hábitos que se estão a perder.

 
                                   Vós que ides passando, lembrai-vos dos que estão penando.
 









 
                                 Vós que ides passando, lembrai-vos dos que estão penando.

Autoria dos azulejos 
"Gomes Porto"
Coimbra Porto

 

Dormi? Só dorme o frio
Cadáver que não sente
A alma...essa voa e se abriga
Aos pés do omnipotente 
Autoria dos azulejos 
"Gomes Porto"
Coimbra Porto






 













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